slot### Disputa pelo Território de Esequibo

A Assembleia Nacional da Venezuela anunciou recentemente um referendo, marcado para 3 de dezembro, com o objetivo de incorporar a região de Esequibo, atualmente pertencente à Guiana, ao território venezuelano. O interesse pelo território foi renovado após a confirmação de grandes reservas de petróleo na área.

Esequibo, com cerca de 160 mil km², pertence à Guiana desde 1899, conforme decisão da corte internacional criada antes da independência dos dois países de seus colonizadores, Espanha (Venezuela) e Reino Unido (Guiana).

### Reivindicações Venezuelanas
- Em 1966, a Venezuela contestou a decisão da Corte de Genebra que declarou a Guiana como detentora legítima do território.
- Em 1970, a capital da Guiana, Georgetown, incluiu oficialmente Esequibo no mapa nacional e, a partir de 1980, na Constituição do país, como parte indivisível de seu território.

### Escalada Recente
A questão se intensificou com o início da exploração de petróleo na região por empresas americanas, provocando reações do governo venezuelano. O debate ganhou novos contornos com especulações na mídia sobre o envio de tropas armadas pelo Brasil para garantir a segurança e estabilidade na região.

### Movimento do Brasil
A mídia começou a questionar se o governo brasileiro estaria mobilizando forças militares na fronteira compartilhada com a Guiana e a Venezuela, mas não houve confirmação oficial sobre a movimentação militar.


### Exercícios Regulares

O professor de Ciência Política da Universidade Federal de Roraima, João Carlos Jaroczynski Silva, declarou: "Não há relatórios ou evidências de que o Brasil tenha mobilizado forças armadas na região de Esequibo ou em suas proximidades para apoiar qualquer uma das partes no conflito."

Ele acrescentou, em declaração à Al Jazeera, que "as forças militares brasileiras estão próximas à região principalmente devido à fronteira compartilhada, e qualquer aumento no contingente é considerado parte de exercícios regulares de treinamento."

Silva também destacou: "A presença militar ao longo da fronteira com a Venezuela está relacionada à 'Operação Acolhida', em curso desde 2018, liderada pelas Forças Armadas do Brasil para lidar com a chegada de refugiados venezuelanos."

### Disputa sobre Esequibo
A analista de políticas internacionais da Universidade Federal de Roraima, Adriana Gomez Santos, afirmou: "O conflito sobre Esequibo persiste desde a independência. O território disputado deveria ser uma zona neutra, e nem Venezuela nem Guiana têm o direito de explorar recursos sem consentimento mútuo."

Ela explicou que "a Guiana já permitiu a exploração de petróleo, e a ExxonMobil anunciou recentemente o início da terceira fase, que permitirá a extração de até 620 mil barris por dia. Segundo a empresa, há planos para aumentar ainda mais a produção."

Adriana concluiu: "Em resumo, em breve a produção diária atingirá 1 milhão de barris, colocando a Guiana entre os 100 maiores produtores de petróleo do mundo, atualmente classificada na 25ª posição."


### "Conluio Legal"

O pesquisador em disputas de fronteira e estratégias internacionais, Ricardo Salvador de Toma Garcia, autor do livro "Os interesses geopolíticos do Brasil na região de Esequibo na Guiana", apresenta uma visão diferente sobre o conflito.