Ele afirmou à Al Jazeera: "O problema começou na década de 1830, quando exploradores e contrabandistas, com permissão da colônia britânica da Guiana e apoio do Reino Unido, começaram a invadir territórios venezuelanos, publicando mapas falsos e extraindo ouro."

Garcia acrescentou: "Essas atividades foram constantemente alvo de protestos de Caracas, apesar da desigualdade de poder entre o maior império da época, o Reino Unido, e a Venezuela, que, devido à guerra de independência contra a Espanha, era uma das nações mais fracas e endividadas da região."

O pesquisador declarou: "Essa situação culminou no chamado 'Prêmio de Arbitragem de Paris de 1899', uma intervenção americana que resultou em um 'conluio legal', concedendo 90% das terras ocupadas pelos britânicos aos colonizadores da Guiana."

slot### Papel dos Estados Unidos
Sobre o papel dos EUA e seus vizinhos nesta crise, Garcia comentou: "A intervenção americana hoje está diretamente ligada aos interesses das principais empresas petrolíferas que operam concessões de exploração na região."

Ele explicou que o objetivo dos EUA é garantir estabilidade local, bem como a estabilidade do fornecimento e dos preços do mercado, além de tentar melhorar as relações com a Venezuela para limitar a influência de grandes potências como China e Rússia na região.



### Estabilidade Regional

Ricardo Salvador de Toma Garcia afirmou que a postura de Washington reflete o alívio de algumas sanções e embargos, além da preocupação com a migração em massa de venezuelanos. Ele destacou que o Brasil, devido à sua proximidade geográfica com a região em disputa e sua posição como parceiro estratégico, busca a estabilidade regional por razões de segurança.

Ele continuou: "A diplomacia brasileira segue princípios constitucionais, em especial os de não intervenção, defesa da paz e solução pacífica de conflitos. Tanto o Brasil quanto a Colômbia estão preocupados com a deterioração da estabilidade regional, que pode aumentar o fluxo de venezuelanos para seus territórios."

### Interesses Militares e Econômicos
Adriana Santos comentou: "Com a ExxonMobil avançando na exploração de petróleo na Guiana, os EUA anunciaram a intenção de estabelecer uma base militar no país. Assim, terão uma base na Colômbia, outra na Guiana e tentarão novamente controlar a Base de Alcântara, no norte do Brasil. Isso resultará em uma rede de bases ao longo do continente, similar ao que ocorre no Sahel, na África."

slot### Posição do Brasil
João Silva resumiu a postura do Brasil: "O país mantém uma visão de respeito ao direito internacional e busca uma solução pacífica para a disputa entre a Guiana e a Venezuela."

Ele acrescentou que o Brasil tradicionalmente defende a resolução de disputas regionais por meio de mecanismos diplomáticos, evitando intervenções diretas e respeitando o direito internacional. Ao mesmo tempo, o Brasil está atento à estabilidade da América do Sul, especialmente devido à proximidade com a região em disputa, e busca contribuir para a solução do conflito sem comprometer a slotsegurança regional.

Silva explicou que essa posição se baseia nos princípios constitucionais de mediação de questões regionais, com o objetivo de evitar conflitos, acatar as condições do direito internacional e avaliar as possíveis consequências do referendo venezuelano e seus resultados.